quinta-feira, 30 de agosto de 2007

30 de agosto. 6 Anos que parei de estudar.

30 de agosto

30 da agosto. Hoje, foi um dia um pouco triste pra mim: está fazendo 6 anos que tive que abandonar os meus estudos, em nome da minha saúde psiquica. Já comentei sobre os motivos aqui no meu blog, alguns meses atrás. Mas neste dia, hoje principalmente, fica tudo claro aquele dia 30 de agosto de 2001.

Tudo começou na 4ª-feira, dia 29. Sería um dia normal, como todo dia; acordava de manhã, sempre às 5:30; tomava meu café da manhã, e por ser cedo demais, eu mal comia, no máximo, só uma xíraca de café com leite, pois não descia mais nada, até mesmo, pra não perder muito tempo; fazia minha higiene matinal normal. E neste dia, eu tive que acordar mais cedo, pois iria ainda deixar minha mãe no Maracanaú/CE e depois seguir pro colégio.

Nesta 4ª-feira, eu teria uma prova de matemática. Até aí, nada demais, né? Mais pra mim, estava indo era pra forca, pois eu sabía que viría mais uma nota baixa por aí, mesmo que esta prova fosse uma parcial.


- Sim, não sería mais fácil ter estudado pra ela?


Sim, sería mais fácil era eu compreender o que era aquilo que estava estudando. Não adiantava, pois quanto mais estudava matemática, mais confuso eu ficava e não entendia porra nenhuma. Então, neste dia, durante o caminho para Maracanaú, eu peguei um TD de revisão, pra tentar assimilar alguma coisa pra prova. Nesta época do ano, eu já estava desesperado, pois eu já estava me encaminhando para mais uma recuperação pra colecionar. Estava ruim em todas as matérias, mais tudo culpa de uma. Pois sim, peguei este TD, mas quando eu tentava dar uma olhada, uma estudada as pressas, o desespero foi maior e chorei. Chorei muito, chorei de desespero, por saber que mais uma prova, não iria obter um resulato aceitável pra média. E a prova de matemática, era dividida em 2 partes: álgebra e geometria.

Meus pais tomaram um susto quando comecei a chorar, sem entender nada do que estava acontecendo. Metade do percurso, casa-restaurante (Maracanaú), segui chorando desesperadamente. Simplesmente, fiquei sem condições de ir pro colégio de vez naquele dia. Aliás, toda 4ª-feira, eu estava pedindo pra sair na hora do recreio, pois minhas forças já começavam a fraquejar com os estudos, mas neste dia 29 de agosto, cheguei no meu limite.

É fácil comentar sobre isso, críticar, mas quem sofreu na pele, só quem sentiu esta pressão na pele, sabe o que foi passar por isso. Até hoje, eu sofro por isso. E hoje, foi um dia que fiquei relembrando este episódio.

Sim, aí neste dia 29, não fui pro colégio, por não ter condições psicológicas mais, e fiquei recluso, num sítio onde meu pai passou a ficar responsável e ficou responsável por ele por 4 anos, até a gente vim pra Pernambuco. Fiquei pensando na prova e no que iria fazer pra recuperá-la. 2ª chamada, óbivo. Mais foi quando eu tive a mais séria e definitiva decisão da minha vida: VOU PARAR, vou parar de estudar por aqui.

Desde o início do ano, desde o primeiro bimestre de 2001, eu já tinha amaçado em fazer isso.


- Se eu tirar uma nota baixa, em qualquer matéria, eu paro de estudar.


Passou o 1º, passou o segundo bimestre, por ter dado mais uma chance. Dei foi chance de me sentir mais idiota, mais otário, mais burro.

Voltando das férias, eu voltei muito do puto da vida... aliás, já estava assim desde o início daquele ano letivo, por ter saído de uma grande pressão de uma recuperação enorme do ano 2000. Me revoltei com a vida, mesmo.

Refleti muito sobre este abandono, pra ver se eu voltava atrás na decisão, mas realmente, pra sí próprio, o colégio já estava me fazendo mal e já não me sentia bem naquele ambiente. Aquilo já me sufocava, me estressava.

O dia 29 chega ao fim e chega a hora de voltar pra casa. E com isso, voltei a chorar de repente, de novo. Eu nunca tinha chorado tanto naquele dia. Talvez já pudesse ser o início de uma depressão.

Mesmo com a decisão tomada, no dia seguinte, dia 30 de agosto, também numa 5ª-feira, fui pro colégio normalmente, como numa espécie de despedida. Meus colegas, me perguntaram o porque que tinha faltado a prova. E para algumas pessoas, eu já falava:


- Eu vou sair do colégio, hoje é meu último dia. Vou parar...


Era umas 9:20 da manhã. Nesta hora, já estávamos na aula de português, antes do recreio. Eu senti que era chegada a hora da despedida. Comecei a olhar pros rostos de cada um, e segurando o choro. Cheguei até num rosto de um cara muito especial durante aquele 1 ano e meio que estudamos juntos e fiquei olhando fixamente pra ele, quando batem na porta a minha procura. Saí pra saber o que se tratava, era meu pai estava a minha procurar na coordenação do colégio e já sabendo que era isso, eu mesmo fui buscar o meu material na sala de aula e anunciei pra todos que a partir daquele dia, eu deixava o Colégio Batista Santos Dumont.

Só sei que saí debaixo de aplausos daquela galera, da minha turma que tivemos várias resenhas, e quase venho as lágrimas na frente de todos, e quando estou fechando a prota da sala, já saíndo, eu olho para o Egídio acenando pra mim, mas quando eu entrei no carro, as lágrimas rolaram e muito, relembrando principalmente o Egídio acenando pra mim, logo ele. Até hoje rolam quando me lembro de tudo isso.

Então, hoje é o Dia "D", mas não é um dia "D" onde tudo é lindo. Todo dia 30 de agosto, me machuca, e hoje, está fazendo 6 anos desta história. Gastei... meu pai gastou vários mil reais para me dá uma educação de vergonha e de qualidade, pra quê? Pra jogar tudo na merda, no ralo. Eu fudi meu pai com isso, mas espero um dia, poder pagar por este prejuízo, porque eu considero sim, um prejuízo que ele teve comigo. Foi gasto também, no ano 2000, uns R$: 200,00 por mês pra ter aula particular. Gastamos pra dar pros outros.

Eu fui até onde eu consegui ir, até onde minha paciência suportou a pressão, pois ameaçar de parar de estudar, já tinha feito umas duas outras vezes, mas no fim da 8ª série, foi a 1ª ameaça mais forte que tinha feito. E o fiz mesmo, no dia 30 de agosto de 2001.

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