quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sotaque cearense é igual ao de paulista e carioca. #Será?!

Ontem, quando estava no consultório do oculista, a espera da minha vez de ser atendido, sentou-se uma senhora ao nosso lado, e notou que nós não somos de Pernambuco, por causa do sotaque.

Concordamos que realmente não somos de Pernambuco, somos do Ceará. E a senhora riu, achando engraçado da forma de como falamos. Só que ela foi muito além. Comparou que o nosso sotaque era de paulista misturado com carioca.

Rapaz, tive que me controlar, porque por dentro, eu ri. Mas ri demais com a comparação. Sotaque do Ceará com lá de São Paulo e Rio de Janeiro, misturado.

Falou que nós puxamos as letras, que chiava... - carioca chia muito mais, isso posso comprovar - e eu só rindo por dentro, afinal, quem vem pela 1ª vez à Pernambuco, o sotaque daqui é tão carregado, tão forte, que em alguns minutos, o sotaque contageia que é de fora.

Na verdade, depois que vim morar em Pernambuco, tive contato direto com 6 tipos de sotaques, ao mesmo tempo, como: gente do Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe e Bahia, além de Pernambuco.

Pô, faz 6 anos que frequento o estado de Pernambuco. Até hoje, tenho que me controlar pra não rir como evitar até imitar o sotaque daqui, pra não perder o meu cearense, que só por causa de 1 semana, em outubro de 2004, perceberam que falava como pernambucano.

Falando em sotaque, tenho uma prima lá de Fortaleza, que já morou em Camaçarí/BA por algum tempo. Ao retornar, voltou com sotaque baiano. E até hoje, ela mantém.

Só que uma tia nossa, ao ouví-la falar, lhe dava um palpite para ela deixar de falar com aquele sotaque e gírias da Bahia, afinal, ela estava no Ceará, em Fortaleza, e nós, não temos aquele sotaque daquelas novelas regionais da Rede Globo que se passavam no nordeste, como "Meu Bem Qeuerer", em 1998.

Se lembram, amigos do Ceará: a novela era gravada em Fortaleza e alguns pontos do Ceará com aquele sotaque de pernambucano. O que gerou um certo coméntario, no curso de atores que fiz naquele mesmo ano, onde o próprio diretor daquela mesma novela ouviu de muitos, que o cearense não tinha aquele sotaque meio "apernambubaiano". Em resposta, ele falou que sim, o Ceará havia aquele sotaque, mas no interior.

Quando comecei a viajar por algumas cidades do interior ao sul do Ceará, constastei sim, aquele mesmo sotauqe da novela "Tieta". Tanto que meus parentes desta cidade que fui visitar, quando anos antes ficavam hospedados na minha casa, até cheguei a comentar que a novela "Tieta" era gravada por lá, por causa do sotaque.

Ou seja: todos nós temos sotaques. Quem fala que não tem, é só você viajar para fora do seu estado de origem, pois nunca notaria que em Fortaleza, há sim, sotaque.

Sempre que retorno, eu percebo. etorno pra poder resgatar até as gírias da minha terra, pra resgatar o meu sotaaque fortalezense que tenho grande orgulho.

Recentemente, conversando com uma prima minha, através do MSN, por voz, ela soltou um comentário: "Tu tá falando igual um pernambucano". Se estou, não percebi, mas isso é de muito leve. Como ela esteve num congresso, em março de 2009, lá na praia de Maria Farinha, em um dia, ela tinha pego o sotaque pernambucano, sem querer.

Voltando à tal senhora lá na clínica, ela teve ter se confudido com sotaque carioca e paulista, porque ao usarmos os termos como: 'ti" - pra nós do Ceará, fica assim "tchi", no chiado - mas não tão chiado como lá no Rio de Janeiro.

Todo mundo daqui se impressiona da minha forma de falar. É impressionante. As vezes, o sotque muda até a fisionomia em certos atendimentos, só em saber que aquele cliente é um turista na cidade.

Foi como aconteceu num supermercado lá em Maceió: notei que a mocinha estava com aquela cara de TPM.

Quando ela notou o sotaque e respondemos que éramos do Ceará, sua fisionomia mudou e passou a sorrir. Se fosse um possível conterrâneo, estaria com aquela cara amarrada.

Uma mesma situação ocorreu em Fortaleza, numa loja multinacional ao lado do Detran da Maraponga.Como estava em território, o meu sotaque não é notável por lá. Mas o atendimento das caixas naquele Carrefour, nem se comparou com as das mesmas lojas da rede, daqui. Só porque a pilha que ia comprar, na prateleria, estava com um preço e no sistema estava outro, ela mandou prestar mais atenção. Eu vi lá: preço "X", mas deu preço "Y". Não levei a pilha, mas encontrei outra, porque realmente estava precisando. Porque se não estivesse, tinha desistido de levar.

E além do mais, o sotaque parece que so torna atração tursitica. Quando tem alguém de fora, as pessoas te olham como se fosse um ser de outro estado.... que de fato, é. Mas o país é o mesmo.

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