terça-feira, 15 de março de 2016

Meus 20 anos de passagem em Pernambuco e Alagoas.

6ª-feira, dia 15 de março de 1996, estava ansioso para terminar logo a prova do colégio, como sempre havia todas as 6ª-feira e poder sair mais cedo do colégio, como estava combinado. Afinal, logo mais iria viajar.

Até dava para ter assistido aula normalmente, mas me pegaram cedo.

O motivo desta viagem era que meu pai estava há semanas no interior de Alagoas, montando umas máquinas, numa fábrica no município de São Miguel dos Campos, e como naquele mês de março, havia um feriado numa 3ª-feira: 19 de março, dia de são José – como sempre, e no meu colégio, foi decretado recesso na 2ª-feira. Naquela semana, só voltei ao colégio, na 6ª-feira, pois na 4ª, ainda estava em viagem e na 5ª, mesmo indo da rodoviária de Fortaleza, para a escola, mesmo chegando atrasado, não teria condições de assistir aula.

Então, na rodoviária, minha mãe e eu, embarcamos no Expresso Guanabara, rumo à Recife/PE.

Até então, o meu limite de viagens longas, ficava somente na região de Açú/RN: Itajá, Ipanguaçú, Alto do Rodrigues e Macau, durante o início da década de 1990. Foi até um período longo de 2 anos, entre 1990 à 1992, com viagens esporádicas para aquela região, pois meu pai passou um período trabalhado e morando por lá. Se não todo final de semana, mas 1 vez por mês ou a cada 15 dias, minha mãe e eu, pegávamos a Viação Nordeste, rumo à Açú/RN, nos encontrarmos com meu pai.

Acho que isso afetou um pouco meu rendimento escolar, em 1990: na época, 2ª série do 1º grau, e ficava então, pela 2ª vez em recuperação. Ao contrário do ano anterior, que ainda não tinha noção de nada, e me enganaram me levando ao colégio para fazer a recuperação da 1ª série, desta vez, bati o pé e optei já por repetir o ano, só para não perder as férias. Erros cometidos posteriormente e todos eles, me arrependo de não ter sacrificado essas férias, para não ser o estorvo filhinho de papai que tem tudo nas mãos que sou hoje em dia.

Mas voltando ao real assunto, partimos então naquela noite, rumo à minha viagem que se tornaria a mais longa.

Após uma noite inteira dentro de um ônibus, enfim, chegamos ao Recife. Já após a divisa de Paraíba com Pernambuco, quando a BR-101 nem sequer sonhava em ser duplicada, já me chamou atenção, os estalos que ouvia vindo dos pneus dos carros, devido as estradas pernambucanas serem em blocos de concretos.

Em Goiana, naquela manhã de 16 de março, havia uma linda cerração. Alí já começava a descer uma “carrada” de gente. E assim, a viagem continuou até chegarmos na região metropolitana de Recife. E aquilo tudo foi me encantando. Era um adolescente de 13 anos e 7 meses.

Mas o que mais tinha me chamado atenção foi o entroncamento da BR-101 com Av. Recife e BR-232. Eu nunca tinha visto, até aquele momento, vários viadutos próximos um dos outros.

Chegamos, enfim, à rodoviária de Recife. Outra surpresa: metrô.

Recife não era o nosso ponto final, mas sim, o fim a 1ª etapa da nossa viagem. Tínhamos que aguardar então, a nossa 2ª viagem, que partia de Recife à Maceió.

Do Expresso Guanabara, agora estávamos no Borborema – atual Real Alagoas. Coincidentemente, pegamos as mesmas cadeiras do ônibus anterior: de frente ao banheiro.

Como tudo na 1ª vez, é encantador, naquela época, fiquei encantado pela rodoviária de Recife. Matuto vindo do Ceará, é o cão, só pelo fato de passar trem e metrô, ao lado.

Hoje em dia, quando preciso utilizar esta mesma rodoviária – o TIP – não tenho como não me lembrar daquele dia. Não mudou muita coisa, só o fato de terem agora, instalado um terminal de ônibus urbano – ou metropolitano - na antiga plataforma de desembarque dos ônibus estaduais e interestaduais.

Quando saímos da rodoviária e entramos na BR-408 – naquela época, nem eu sabia que ali se chamava Curado muito menos a rodovia que pegamos, e mal poderia imaginar que 10 anos depois, esta BR se tornaria rota principal à minha residência.

Novamente passando pela BR-232 e cruzando aquele cruzamento de viadutos, que tinha me deixado fascinado e doido para cruzar todos eles.

E assim, seguimos a nossa viagem para Maceió.

E outra: nunca tinha cruzado com tantos viadutos, até então.

Tanto a BR-101 norte quanto a sul, ainda eram pista simples, e não existia o desvio externo que há hoje em dia, que passa por fora de: Pontezinha e Cabo de Santo Agostinho. Lembro-me que a gente passava pelo lado de dentro, afinal, o caminho era aquele mesmo.

Num determinado trecho da rodovia – esta história, nunca me esqueci e sempre gosto de relembrá-la – o ônibus passou por uma buraqueira, onde hoje é a rotatória da entrada de Cabo com a Rota do Atlântico, e uma passageira, tinha acabado de entrar no banheiro, e ela, já acomodada no vaso sanitário e mesmo tendo trancado a porta, eis que esta porta se abre e vejo a mulher sentada na privada, com tudo arriado, desesperada fechando a porta.

Passando pelo centro do Cabo, num trecho onde a estrada fica ao lado do trilho do trem, escuto uma música da Banda Eva, do CD “Hora H”: “Beijo Veneno”. E assim, a viagem seguiu-se e provavelmente dormi, porque só me lembro quando avistei o aeroporto de Maceió.

Mal sabia também que há 20 anos atrás, Maceió praticamente seria visita mensal em minha vida. Houve um pedaço desta minha estadia de 10 anos em Pernambuco, em que praticamente, 1 vez por mês, estava indo visitar amigos em Maceió. Tenho que reativar essas visitas, que tiveram que ser suspensas, por motivos de força maior da família de amigos que por lá moram.

Antes de chegarmos à rodoviária da capital de Alagoas – o ônibus seguiu pela Avenida Fernandes Lima - há uma ponte, que me chamou atenção pela sua altura. Esta ponte fica na Avenida Governador Alfrânio Lages.

Chegamos à rodoviária, por volta das 13:30, do dia 16 de março de 1996. Assim que avistei meu pai, corri em sua direção.

Ele estava num carro Gol branco, com motorista. Na saída da rodoviária, rumo à São Miguel dos Campos, não lembro que rota ele pegou. Só me lembro que chegou numa avenida com canal, que no caso, é a Humberto Mendes e saímos na praia.

Só que passamos diante de uma Lojas Americanas. E o vício por CD’s falou alto. Me deu vontade de parar, mas não dava. Marcamos de um dia, irmos passear por Maceió, mas choveu e nem fomos mais.

Em São Miguel dos Campos, ficamos numa pousada, que cheguei a ter medo daquele banheiro, que achei o box do chuveiro, muito grande. E toda noite saíamos para passear pela cidade, que nos encantou com suas praças. Fomos conhecer a tal fábrica onde meu pai estava trabalhando e enfim, passamos o final de semana.

Duas coisas curiosas aconteceram em São Miguel: num desses nossos passeios, passando diante de uma casa, alguém estava ouvindo o CD de “Netinho – Nada Vai Nos Separar”. Eu já com saudades de ouvir meus CD’s. A outra, como ainda estava bem recente o acidente aéreo dos “Mamonas Assassinas”, eu caminhava pela cidade com a minha blusa azul escura, com a imagem da capa do CD. Um rapaz que cruzou comigo, viu e me perguntou onde tinha comprado. A minha resposta, quase seria que no centro, como se eu tivesse em Fortaleza. Foi quando me toquei e lhe respondi que fora comprada em Fortaleza.

Chegou a hora de irmos embora, minha mãe e eu, mas só que meu pai, teve que continuar, porém, ele nos levou para conhecermos Santa Cruz do Capibaribe, já no sertão de Pernambuco.

Deixamos Alagoas, na 3ª-feira. Foram 4 horas de viagem, pela BR-101, por fora de Maceió e pegando a BR-104, em Messias, via Caruaru. Eu achava que aquilo seria uma única vez na vida que passaria por ali. É uma das rotas alternativas que tivemos que fazer algumas vezes.

O motorista que nos levava, entrou numa rota errada e se perdeu por dentro de Caruaru. Para quê, rapaz? Sabe o que eu vi, numa faixa, anunciando quem faria show na cidade, naquela semana? NETINHO. Gente, pirei, mas não dava para ir. Fiquei doido, mas esta realização de ver o show de Netinho, em Caruaru, veio 11 anos depois, em março de 2007.

No dia seguinte à nossa chegada em Santa Cruz do Capibaribe/PE, fomos tirar fotos do hotel onde ficamos hospedados. Hotel Fazenda, na subida da serra de Taquaritinga do Norte. Um grande amigo do meu pai, nos levou para conhecermos a cidade, onde hoje em dia, de vez em quando, passamos por lá.

Também conhecemos a feira de Santa Cruz, quando eram várias barracas pelas ruas. Porque fui fazer isso? Sol quente, e o calor das lonas, me fizeram passar mal, mas suportei. Acho que por isso, não suporto essas feirinhas de barraquinhas de lugar nenhum.

Passamos o dia em Santa Cruz. Logo cedo, fomos à rodoviária de Caruaru, comprar nossas passagens, e a noite, minha mãe e eu pegamos o ônibus da empresa Braga, para Fortaleza, e meu pai, que ficou, voltou para São Miguel dos Campos/AL.

Chegando em Fortaleza, minha mãe ainda queria me levar ao colégio. Parece que ainda levei o meu material e uniforme para este passeio. Como já chegamos cansados, ela desistiu disso.

Éramos cliente de um taxista que fazia ponto nas proximidades do North Shopping. Minha mãe ligou e ficamos aguardando por ele. Só que como já estava querendo chegar logo em casa, desistimos de esperar e pegamos a linha Borges de Melo.

Lá no ponto do taxista, conseguimos encontrar com o tal ele, que tinha ido até a rodoviária de Fortaleza, mas ficou tudo de boa.

Tentei resumir ao máximo possível que pude me lembrar. Entre hoje, 15 de março até 21, tudo isso contado acima, está fazendo 20 anos.

Há 20 anos, tive um flerte por Recife, mesmo tendo uma passagem rápida. Juro que pedi para meu pai, nos mudarmos, naquela época, para Pernambuco. Demorou 10 anos para esta realização, e já estamos com 10 anos, vivendo em Pernambuco.

No começo, foi difícil, pois quando isso estava se realizando, eu já não estava querendo sair de Fortaleza, por amor há uma pessoa. Hoje, já não quero sair de onde estou pelo mesmo motivo. Mas enfim. Deixem meus amores quietos.

E você, o que estava fazendo da vida, há 20 anos atrás?

segunda-feira, 7 de março de 2016

Recordando um pouco do Colégio 7 de Setembro: sede Centro, Fortaleza/CE

Tá certo que eu tenho muita mágoa do Colégio 7 de Setembro, pelo erro que aquele colégio cometeu comigo, em 1995 - na sede Aldeota - que culminou na minha saída.

Eu fiz a recuperação, a "re ré", tudo direitinho. Mas alguma coisa deu errado.

Agora que fiquei me recordando do passado, não sei porque que me deu uma vontade de ir e entrar nas dependências da sede que fica na Av. Imperador, no Centro de Fortaleza.

Falei para mim, que nunca mais pisaria nem sequer, na calçada de qualquer Colégio 7 de Setembro. Eu sei o que sofri por causa daquele erro e pago por isso nos dias de hoje.

Tudo é reflexo de um erro deles, quando eu estava correto. A partir daquilo, entrar num colégio pra mim, sempre passou a ser uma tormenta. Mas tinha que ir, afinal, só tinha 13 anos ainda.

Com 19 anos, eu já era para está numa faculdade, mas ainda estava era cursando o 2° EM, em 2001. Foi quando, com esta idade, optei por abandonar meus estudos. A decisão foi minha, já tendo passado dos 18 anos. Ou seja: ninguém mais poderia me obrigar, pois não era mais menor de idade.

Só que não sei. Me deu vontade de andar pelos corredores do 7 de setembro, na sede do Centro.

Me veio tantas lembranças boas, agora. Passou um filme, que fiquei até com um certo medo de que seja algum aviso de final de vida.

Fui aluno de 1986 à 1992, na sede do Centro, me transferir para a Aldeota, ficando de 1993 à 1995. Infelizmente, tive que sair. A partir de 1996, com mudança para um colégio inferior, é que começou o meu calvário. Mesmo em 1997, indo para o Batista, o estrago já estava feito.

Taí, se rolasse de algum conhecido meu, ir matricular seu filho no 7 de Setembro, do Centro, queria que me convidassem para acompanhá-los e conhecer as dependências junto com vocês. No meu caso, voltar ao que já conheço.

Queria rever as minhas salas de aulas, desde 1986 até 1992, os corredores por onde andei muito, a cantina, as dependências por onde chorei bastante, também. dos espaços por onde sofria muito bullying de um tal de Tiago, enfim. E me atualizar dos ambientes mais novos também.

É que depois dos 30 anos, a gente passar a reavaliar muitas coisas. Raiva, não sinto, mas um pouco de mágoa. Só que já se passaram 20 anos deste erro. Não é hora de repensar melhor sobre isso, e perdoar o Colégio 7 de Setembro?

Afinal, eu tenho sim, um pouco de culpa. Mas eu sei até onde sou culpado e assumo onde errei

A implicância de: Raquel x Juliana, contra minha pessoa.

Re-acompanhando a novela "Mulheres de Areia", sempre que ouço o nome Raquel, me lembro de uma menina da minha sala, no pré-escolar, no Colégio 7 de Setembro, que implicava comigo, não sei porque. Eu nem era amigo dela e nem brincava com ela. Só sei que implicava, do nada. Então, peguei "gás" - como dizem os pernambucanos - do nome Raquel. Até hoje, sempre que ouço, me vem um episódio onde havia um espaço que a gente brincava, no recreio, e minha mãe ficava me aguardando, e esta Raquel veio implicar comigo. ela sempre costumava de me empurrar e de me chamar de "lezado", e minha mãe testemunhou isso uma vez, deu-lhe um belo "esporro" nela. Acho que até hoje, mesmo com 33 anos, ela é capaz de dá uns sacodes em qualquer pessoa que me façam de palhaço-idiota. Eu não preciso partir para cima do autor de certos tipos de agressões. A melhor revidação, é a consciência pesada que ela ficará carregando na mente. Outro nome que não colocaria em alguma filha, caso tenha, seria Juliana: pelo fato de que no condomínio Nova Aurora, onde moramos de 1987 à 1992, no bloco F, havia uma Juliana que, eu nunca vi na vida, me agrediu, do nada. Foi assim: Estava saindo com minha mãe, para o Colégio. Ainda estudava à tarde, e era dia de "recreação". O ano deveria ser 1989 ou 1990. Não me perguntem o dia nem o mês. De casa, sabíamos que no hall, tinha crianças brincando. Até aí, tudo ok. Mas quando abri a porta, esta Juliana veio bater no meu braço, do nada. Nem sequer, a conhecia. E ela ficou assim, nesta implicância gratuita comigo. Sempre que me via, me batia no braço, e eu, "molenga", acho que até hoje, sempre voltava pra casa, chorando. Até que um dia, estava ouvindo um K7 da Xuxa, ela ficou na grade da varanda e falou: "Bruno, quero ser tua amiga". Ela já sabia até o meu nome. Tá certo. Ficamos amigos. Mas nunca me esqueci, tanto desta Raquel como desta Juliana. Acho que é por isso que nunca me relacionei com mulher alguma. Bloqueio, será?! O que mal fazia á elas, sem nem sequer conversava ou brincava com ambas? E se, por ventura, a mãe da minha filha - que NUNCA será minha esposa - escolher Juliana Raquel, ela que vá cuidar da criança sozinha.

quinta-feira, 3 de março de 2016

"Sem Ressentimentos", por: Zélia Duncan.

Sem ressentimentos
(Por: Zélia Duncan)

"Mágoa enrustida é um perigo, não vira cicatriz, machuca pra sempre

Mágoa é um bicho estranho, um animal faminto, de tocaia. Dentes precisos, olhos brilhantes. Desprevine e ataca, arranca um pedaço mas não mata, pra não deixar de morder. Mágoa às vezes se disfarça. Finge que é perdão, finge que não é nada, jura que passou, só que não. Muda de nome. Vira rancor, vira vingança, vira cachaça! Mágoa muda é uma desgraça. Não fala pra fora, mas faz discurso pra dentro. Conclui, infla, se basta. Acha justas justificativas, labirintos de argumentos que só reverberam no próprio ouvido. Mágoa enrustida é um perigo, não vira cicatriz, machuca pra sempre.

O cotidiano não é moleza, se relacionar, um grande mistério. Ainda que tenhamos uma natureza comum, somos individualmente tão diferentes. Se observarmos o tempo que cada um tem para sentir os acontecimentos até que se tornem palavras. Alguns são muito impulsivos, esbanjam pontos de vista, outros ruminam mais os fatos ou são mais serenos mesmo. Existem os que ligam seus tratores e vão triturando as conversas com opiniões e críticas veladas ou nem tanto, os que não sabem ouvir nada sem levar pro lado pessoal. São tantas nuances entre o que se diz e o que se ouve, como se recebe. Predisposições, dias mais sensíveis, códigos menos legíveis. Penso que o tempo pode estar sempre a nosso favor, no quesito “escolher”. Em todos os sentidos, inclusive e principalmente, em relação às palavras. Nem todas as opiniões são relevantes, creio que a maturidade nos ajude a concluir isso. A hora de calar é mesmo sagrada. Palavras valem ouro, e o silêncio, diamante, como bem se diz! Resistir ao autoelogio, em tempos de selfies e faces, me parece cada vez mais ser um grande feito!

Existem muitos tipos de mágoa. As que inventamos, as que realmente aconteceram, as profissionais, as de amigo, as de amor. Todas doem, claro, e todas merecem atenção, até para chegarmos à conclusão de que devem ser relevadas e que, se comparadas ao valor que a relação tem, viram tolices. Quantas vezes não nos metemos em situações que no fundo sabemos que vão resultar em mágoa, mas lá vamos nós, de peito estufado, pedindo que nos acertem e… pow! Roteiro concluído, saímos com cara de vítima deste mundo cruel.

No caso dos amigos, sou sempre a favor de falar. Falar o que incomodou, o que não bateu bem. Falar o que se esperava e não veio, seja o que for. Não me conformo com as pessoas que se retiram da minha vida, sem eu saber o porquê. Amigos que abrem mão de toda uma história, por conta de algo que não fazemos ideia do que seja. Isso é uma espécie de sadismo, o fim da feira, a xepa do carinho e da consideração. Sair sem dar chance a um pedido de desculpas, a uma explicação, ou até de poder constatar que nem havia motivo real pra tanta mágoa. Acho arrogante e covarde a pessoa que se retira dessa maneira de uma relação de amizade.

Eu acredito que até as mágoas, quando não envolvem algo grosseiro, ou de caráter muito baixo, expiram. Precisam expirar. Ficam até ridículas. A vida é curta demais para sermos detentores de uma mágoa eterna em relação a algo ou alguém. Que vire nada, que vire vento, mas que deixe de ser levada a ferro e fogo, porque faz muito mal, principalmente a quem carrega esse tribunal nas costas.

No caso do amor, acho que seria bom evitar coisinhas miúdas, pensar um pouco mais antes de sair enxurrando expectativas e frases de efeito em cima do outro. Ninguém aqui está dizendo que é fácil, mas, num mundo do amor ideal, seria aconselhável escolher mais as palavras, pelo menos!

Aos 19 anos, fui traída pela então melhor amiga, que “levou” meu amor pelas costas. Uma mágoa que parecia vitalícia, que demorou uns dez anos, sem exagero, para se curar. Curei de verdade quando aceitei o fato e, claro, porque a vida andou milhões de felicidades pra frente. Cá pra nós, além de ela não ter sido lá a tal amiga das melhores, aquele amor tava implorando pra ser levado, e foi!

Profissionalmente também é delicado, principalmente se estamos lidando com colegas que não são exatamente amigos. Na minha área, egos estão quase sempre na comissão de frente, e há que se ter cuidado. Quando chegam muito lustrosos, boto meus óculos escuros, procuro a saída e corro pra minha turma!

Há ainda as famosas mágoas de família. Aquelas que atravessam gerações inteiras, ganham contornos, arranjos, são cavucadas pra baixo, pros lados. Viram herança, sussurram pelos umbrais das salas e dos quartos. São profundas e podem ser mais perversas, porque nos viram nascer. Pra essas, minha humilde receita, que aprendi com minha mãe e minha avó: doses cavalares de amor e compaixão. Deixo aqui meu depoimento, funciona sim! O efeito de alívio é imediato e não tem contraindicação. Aliás, é mesmo feito em casa!"


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Texto que me surgiu providencialmente, num momento em que estou passando por isso.

Estou com 33 anos. Não posso sentir mágoas de alguém, por causa de uma brincadeira boba. Boba, mas também muito séria.

Foi sem graça? Foi!
Incomodou? Para mim, de certa forma sim e muito!

A pior coisa, é você ficar martelando certas mágoas, por bobagens.

Eu mesmo, já fiquei bem magoado, por causa de uma recusa de fotos. Fiquei chateado, me afastei. Mas quando fiquei numa situação em que a pessoa com quem estava magoado, ficou à beira da morte, a minha consciência pesou. Bateu um desespero.

Não me perdoaria, se caso não o perdoasse por um comportamento infantil da minha parte. Aliás, nunca quis o mal de ninguém.

E como estaria me sentindo hoje, se o pior tivesse acontecido? Muito pior do que esta sensação que me envolveram numa "pegadinha", no início de fevereiro.

Chateado, sim. Mas não posso sentir mágoas, ressentimentos, por uma brincadeira mal sucedida e fora de hora. Esta sensação é ruim. É chato ter que evitar certos lugares, principalmente certas pessoas, por mágoa.

Ficar com um peso na consciência, é muito ruim. E é o que estamos vendo nos telejornais: são todas pessoas magoadas em algum momento da vida por alguma coisa.

Então, se caso não se desculparem logo, fiquem um breve tempo afastado. Mas cada caso, é um caso, pois depende muito do nível desta mágoa. Mas quando for algo mais leve, não demore muito tempo para fazer as pazes: nunca saberemos o que o amanhã nos fará.


Tudo tranquilo e favorável

Não sei como surgiu este nova expressão, mas acabei adotando-a sem querer.

Tá tudo tranquilo, tá tudo favorável.

... E espero que continue tudo assim: tranquilo e favorável.

"É paz, o bem que você me faz".

quarta-feira, 2 de março de 2016

20 Anos sem "Mamonas Assassinas"

É... Hoje completam-se 20 anos de vossas partidas.

Parece que a notícia foi dada agora a pouco, mas lá se vão duas décadas. Como passa rápido, a vida.

O que vocês estavam fazendo nesta data e o que você pensava, em 1996, o que estaria fazendo 20 anos depois? Era exatamente o que você sonhava ou o destino vos levaram à tomar outros rumos?

"Mamonas Assassinas" - 20 anos de saudades. E todos os anos, esta data, como a de Ayrton Senna, é sempre lembrada.


Me lembro de muitas cosias que aconteceram naquele dia, horas antes do que aconteceria.

Na manhã, houve uma reunião de pais, no colégio onde estudava na época: General Osório. Enquanto minha mãe estava na reunião, fiquei com meu pai, no lado de fora. entrei numa lojinha perto, e comprei dois carrinhos de ficção. Com ele, dei uma circulada no quarteirão, só para ver uma limousine que havia numa rua que passava aos fundos do colégio.

Mais tarde, brinquei com meus carrinhos, enquanto assistia a reprise do último capítulo da novela "História de Amor", que eu nem iria rever.

No meu quarto, havia fotos recortadas de revistas ou revistas amontoadas sobre um banquinho que ficava lado da cabeceira da minha cama. Tudo que saia sobre eles, comprava ou assistia. O álbum de figurinhas, me faltou 8 cromos. Hoje, elas estão guardadas com carinho.

Eu tenho o livro "Pitchulinha - Minha vida com Dinho até que os Mamonas nos separem. Uma história de amor e conquista", de Mirella Zacanini, uma ex-namorada do Dinho, antes da Valéria, namorada da época do auge dos "Mamonas".

As camisas, ganhei em 1996. Não foram estampadas por mim. Estão bem conservadas, apesar dos anos.