segunda-feira, 26 de maio de 2008

Mês de junho, é forró intenso. É o São João chegando.

Estamos chegando à mais um meio de ano. As festas juninas já estão começando a dar o ar das suas graças pelo país, mais principalmente no Nordeste brasileiro, onde este tipo de comemoração é sagrada, principalmente nas cidades de Caruaru, em Pernambuco e em Campina Grande, na Paraíba.

E um São João que preze, tem que ter muito forró sim, fogueira, gente vestido de matuto, comidas típicas, etc. Gostava muito disso quando era criança, com exceção do excesso de fogos de artifício.

Além de um trauma que tenho com fogos, desde a minha infância, o São João pra mim, veio perdendo espaço e fui deixando de gostar. Uma das datas comemorativas do ano que não curto mais e não sinto falta disso.

São João, nada mais é uma homenagem ao povo do interior nordestino. Uma época em que alguns lugares, as festas há suas brincadeiras tradicionais como também pode contar com a troca de figurino: homens se vestem de mulher e vice-versa. Além de tudo isso, muito forró.

Por motivos que só eu próprio conheço, há um pouco mais de 12 anos, a data comemorativa para o São João, fica mais distante dos meus interesses. Nesta época, quando o forró ganha mais força do que o resto do ano, é um aperitivo a mais para não sair de casa, principalmente como nos dias de hoje, em que as músicas já não ficam mais restritas aos versos de Luís Gonzaga, quando o forró combinava mais com o São João.

E outra: forró hoje em dia, não precisa chegar esta época para ser ouvida direto. O forró virou febre no Brasil e já chegou no nível alto. Na maioria das rádios mais populares, acho que 80% das músicas tocadas, são forró, mesmo em épocas do ano em que o axé domina nas paradas, como no carnaval.

Tenho muitas histórias desagradáveis com algumas pessoas e até momentos meus. Tanto que este ritmo não me agrada, me incomoda. Por isso que não tenho mais o costume de ouvir rádio, mesmo se for pra ficar esperando ouvir uma música de Netinho tocar.

Lá pelos anos de 1995, o tema das músicas de forró, eram até mais poéticos, mas até mesmo naquela época, já repudiava-o, pois só falavam de vaquejada. Mas antes o tema vaquejada, do quê apologia ao sexo e as bebidas alcoólicas.

Fiquei traumatizado com este ritmo, tanto que quando estou num local onde está tocando este tipo de música, eu tenho que simplesmente ignorar o que ouço. E de vez em quando, em algum CD que eu compro, pode aparecer alguma música em forró, e já aconteceu de encontrar uma no CD de grandes ídolos meus e então, tive que me entregar ao ritmo, para não ter que pulá-lo para a faixa seguinte.



Fui informado que Netinho gravou a música "Comendo Água", da Banda "Aviões do Forró", como uma das 3 novas músicas que ele incluiu ao repertório do CD "Minha Praia", e que ele sempre canta nos shows. E o engraçado que não fui pego de surpresa, pois já desconfiava que alguma hora, ele iria regravar alguma música de banda de forró. Mas nem toda hora podemos agradar à todo mundo, e esta já foi a 3ª vez que isso acontece. Pra aceitar a música "Sebastiana", em 1995, eu tive que considerá-la como frevo. "Comendo Água", portanto, será uma música gravada por Netinho, que só irei considerá-la pelo fato dele gostar dela, não como uma canção que estava para entrar no repertório normal - o que realmente é verdade, não estava mesmo.

Mas confesso que nos seus shows, eu acho interessante ele cantar elas. Tanto que há 3 músicas, que são elas: "Comendo Água", "Risca Faca" e "Beber, Cair e Levantar", poderiam se tornar num pout-pourri, no próximo DVD/CD - Ao Vivo.

Antes disso, num álbum da Xuxa, lançado em 1994, contém a música "Forró da Cachorrada". Mesmo sendo um forró para o público infantil, e nesta época eu tinha os meus 12 anos, simplesmente eu adiantava a fita K7, para pular esta música. Então, para acabar com isso, eu passei a fazer o inverso: repeti-la, para ver se me acostumava.

Em 1997, Xuxa lançou um CD, com o melhor de canções juninas, todas em forró, lógico. Neste caso, as músicas já são propícias à situação.

A apresentadora Angélica, no seu CD lançado em 1997, também trouxe um forró. A canção foi "Talismã", mas por se tratar de uma canção de amor, num instante eu aceitei-a.

Acontece também de alguma música de forró me conquistar, como foi o caso de "Me Usa", da Banda Magníficus. Tanto que eu até pensei em comprar o CD na época, mas foi melhor assim em não ter adquirido-o e ter que deixá-lo encostado.



Como falei acima, o forró de hoje em dia, está muito apelativo: ou se fala em sexo ou em bebida, isso se não for as duas coisas, além de ter músicas em duplo sentido.

Não vejo graça nenhuma nos bordões/refrões: "Chupa que é de uva", "Senta que é de menta", "É a dança da minhoca", esta última, as dançarinas desta banda fazem gestos sexuais em cima do palco, simulando um ato. Por isso que estou completamente num beco sem saída nesta época do ano, porque, se forró, já é uma febre em qualquer época do ano, no mês de junho então, nem se falar, é de sair correndo pedindo socorro.

Por conta dessas letras chulas, é por isso que aumenta os casos de pessoas alcoólatras, gravidez mais precoces, porque nas letras de forró, a liberdade de expressão deles já extrapolaram, já está mais do que repetitivo, induzindo as pessoas à tais atos. De 15 bandas de forró, 16 falam dos mesmos temas. E as vítimas, são sempre os mais jovens, pois os jovens de hoje, como na minha época, há uns 12 anos atrás, não sabem distinguir o que é qualidade da baixaria.

Se a justiça fez uma polêmica com uma antiga banda do cantor Marcelo D2, o Planet Hemp, porque as letras, ao que tenho conhecimento, faziam apologia às drogas pesadas, chegando até prender os seus integrantes, porque é que não advertem também às essas banda de forró? Sou a favor da liberdade de expressão sim, mas tudo tem limite e esta expressão já está extrapolada. A cada banda de forró nova, as músicas são sempre as mesmas.

Bebidas alcoólicas, nada mais é do quê uma "droga branca", liberada para consumo. Enquanto as pessoas gastam suas ecônomias com uma simples latinha de cerveja, sem ela perceber que vão ficando mais pobre, ela enriquece os empresários das cervejarias, enquanto aos poucos, vão adquirindo um vício incontrolável para a sua saúde, chegando ao ponto de procurar atendimentos médicos para reverter ou tentar reverter certas situações.

E uma coisa leva a outra: quando as pessoas estão embreagadas, elas saem de sua sã-conciência, acabam cometendo atos despudorados com outras pessoas, pois há pessoas que se sentem mais à vontade para transar, depois que bebem.

Há outras bandas de forró que tem suas letras mais poéticas. Por incrível que pareça, não gosto desta banda, mas pelo que já ouvi das suas músicas, as letras são mais românticas. Me refiro da Banda Calypso.

E o pior que essas músicas de baixa qualidade nas letras, estão fazendo com que os cantores de axé regravem-as. Neste ponto, isso realmente é uma crítica, sem excessão para ninguém: elas estão ajudando a categoria voltar ao sucesso como antes, lá pelos anos de 1993 à 1998.

Tem gente que já tentou fazer minha cabeça, para ver se passo a gostar de forró: o que ela vai conseguir é que eu fico com mais repúdio. E olhe que sou de Fortaleza.

Então, atualmente, não sinto atração para este tipo de data comemorativa. Não tenho vontade de ver as escolas de quadrilhas de São João, dançando. São João pra mim, não é mais viável.

Mês de junho, é forró intenso. Socorro!!!

Para quem for brincar o São João, divirtam-se.

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