quinta-feira, 16 de abril de 2009

Uma Semana Reflexiva

O mundo deve ter acompanhado, o caso da chacina ocorrida numa instituição educacional lá nos EUA, onde um homem, natural de Vietnã, atirou fatalmente em 12 pessoa e logo depois, suicidou-se, porque ele deu uma desculpas que não conseguia se comunicar com as pessoas, porque não sabía falar inglês correto. A atitude talvez foi um ato de desespero. Dentre as vítimas, havia um brasileiro, de Pernambuco, que residia em Carpina: o Prof. Almir Alves.

No último domingo, dia 12 de abril, houve o seu enterro. E por ter sido um episódio de repercursão mundial, a cidade de Carpina, naquela tarde, simplesmente parou para acompanhar o cortejo fúnebre. Por curiosidade de saber se havería imprensa - lógico que teve tudo que foi de emissora - me desloquei à procura da rua da casa de onde ele morava, como também, o cemitério.

O cemitério, fui na noite anterior, mas entrei na rua errada e também não parei para perguntar informação para ninguém. Caminhei por ruas e becos escuros, olhando para todos os lados, até porque, já eram mais de 19h. Cedo, mas já estava meio esquisito. De modo que não avistei nada de cemitério.

Já na tarde de domingo, fiz o mesmo. Só que fui por outras ruas. Além de ir atrás da rua de onde sairia o cortejo, também aproveitei para fazer minha caminhada quinzenal de domingo. Passando por uma rua, até pra ver se avistava algo suspeito, e avistei ao longe, uma ambulância piscar ao longe, só que achei que poderia ser outro acontecimento, mas não era, conitnuei naquela rua de onde estava caminhando e aproveitei para conhecer ruas de Carpina, ainda não exploradas por mim, até que eu decidi entrar numa rua, que já tinha caminhado por ela uma vez, sem saber que era a rua que procurava na noite anterior: a do cemitério.

Percebi que na esquina, havia uma movimentação de pessoas, como se próximo deles, houvesse uma espécie de evento. Ao atravessar, avistei uma multidão de gente, seguidos de carros de imprensa, de uma ambulância e desconfiei na hora que se tratava do cortejo do corpo do Sr. Almir Alves Filho, noticiado durante toda a semana nos noticiários.

A minha intenção era sim, acompanhar este enterro, desde que detesto cruzar com um, mas só que este não tinha como ficar oculto.

A passeata poderia ter entrado logo à esquerda, naquela rua por onde vinha, e que alguns meses atrás, tinha feito uma caminhada por aquela avenida de onde morava a vítima. Mas todos passaram direto, rumo a praça central da cidade, como uma forma de "desfile" e assim, a alma do morto poder se sentir homenageada.

Gravei duas passagens do cortejo, mas não disponibilizei o vídeo na internet, por respeito aos familiares, e deixei que vídeos ficassem à cargo da imprensa oficial, que gravaram tudo, como se fosse uma gravação de novela.

O cortejo seguiu para o cemitério. E pra mim, daquele lugar onde estava, poderia me deslocar de volta pra casa. Mas não: Como a rua que eles entraram era um tanto estreita para acomodar vários curiosos, resolvi voltar um pouco e entrar numa outra rua mais vaga, rumo ao cemitério. Quando chegei em frente, o carro com o caixão ainda estava fazendo a curva para entrar na rua, desde quê, no cemitério, a entrada não havia espaço suficiente para o veículo funerário entrar.

Uma multidão que acompanhou o cortejo, em silêncio, desde o início, ficou aguardando a retirada do caixão do carro-funerário para entrar no cemitério. E eu alí, vendo tudo, encostado num carro da Rede Globo Nordeste - belo ponto de referência. Não entrei no cemitério, por achar que naquele momento, minha presença não iria acresentar em nada, até porque, era um momento mais pessoal para aquela família.

Voltei pra casa, refletindo em muitas coisas sobre morte, sobre vida. Passei esta semana meio estranho. Só sei que o importante é viver intensamente. Fazer coisas que tem vontade de fazer. De ser mais amigo de quem estiver em contato consigo e excluir pra sempre pessoas que te excluem. Também ficar mais atento com terceiros, pois qualquer pessoa pode ser um serial-killer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário