quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Respeitem a laicidade

Brasil é um estado laico. Acho que as pessoas estão se deixando influenciar pelas religiões e se esquecem que não são todas as pessoas que acreditam nos que elas creem. Eu não sou obrigado a aceitar ou acreditar, só porque o outro acredita.

E por acaso, alguém vai começar a gostar de Netinho, por exemplo, só porque eu gosto? Não. Quem gosta dele, é porque se identifica. Eu não me identifico com nenhuma religião. Lamento se este meu ponto de vista não agrada à grande maioria.

Se não sou obrigado a influenciar ninguém com meus gostos, o mesmo digo que o seus gostos não são os meus, sejam eles quais gostos forem. Se alguém acha que seja preconceito meu, também posso considerar preconceito, o que os crentes fazem com os ateus. Ou sejam: todos ficam na mesma. Ninguém evolui, ninguém sai do lugar.

Preconceitos, não é nem questão de educação, pois todos nós temos preconceitos de alguma coisa. Aquilo que a gente não gosta, há quem goste e vice-versa.

O que seria dos conceitos, se não fossem os preconceitos.

Reconheço que pego pesado quando me refiro à religião. E muitas vezes, por justa causa. O que para alguns, interpretam como preconceito, pra mim, é a minha opinião formada.

Da mesma forma que tive que ouvir, por muitos anos, críticas ao Netinho, que me deixavam incomodado, as minhas críticas contra religião, incomodam muita gente.

E não será as críticas de ninguém que me fará mudar de opinião.

Comecei estudando em colégio de freiras e terminei num Batista. Sempre que havia momentos de oração, aquilo era uma ofensa pra mim. Não me sinto bem, e acho sim, agourento, por ficar falando de morte, alma, céu, inverno, diabo, etc, etc, etc, me fazendo acreditar em algo tão fantasioso como se fosse real.

O politicamente correto que invadiu as ruas, sempre são lideradas por igrejas, que se aproveitam da ingenuidade dos menos esclarecidos, para "lavar a mente" contra a realidade dos fatos, com aquele livro de dizem ser o livro mais verdadeiro do mundo... Só que não.

Nascemos, crescemos, nos reproduzimos, envelhecemos e morreremos, acreditando ou não na existência de Deus ou do Diabo.

Seja lá qual for o tipo de religião que cada um de vocês tenham, se quiserem que elas sejam respeitadas, respeitem também a laicidade que o Brasil possui e o livre arbítrio de que cada um tem em aceitar, acreditar, seguir ou não um dos vários deuses que o homem tenha criado.

Se os crentes ficarem atacando os ateus, os ateístas tem o direito de devolver os ataques. Aí ficam nessa guerra estúpida entre ambas as partes. Sou do grupo dos ateus.

Minha mãe é de família católica e meu pai, de uma família evangélica, mas ele não é praticante, porque ele tem outro tipo de cultura. Tanto ele como eu, não frequentamos igrejas, só em casos bem específicos. Minha mãe vai à missa, todos os domingos, pela manhã. Meu avô, com 94 anos, nem acredita nisso, nem por isso é uma pessoa má.

Porém, há quem diga que tenho tendência para o espiritismo e/ou umbanda, mas prefiro deixar isso quieto. Posso até simpatizar com elas, mas melhor não mexer. Deixe-me neutro com isso.

"Se religião é sagrada pra você, saibam que ela não é sagrado pra mim, que não acredito nisso", já falou Fábio Porchat.

É cada fanático "abitolado" que surgem em ônibus e trens, fazendo cultos nesses meios de transportes, que fico pensando: "Já pensou se, como fanático "abitolado" por netinho, começasse a cantar as músicas dele nos ônibus e trens da vida, seria o mesmo tipo de incomodo para quem não gosta". Só faltava era construir um "santuário" para Netinho, depois deste susto que nos foi dado.

Citei Netinho neste texto como um exemplo, porque o meu fanatismo por ele, me fez tê-lo como um Deus, por inúmeros anos da minha vida. Eu tenho quê vê-lo como ser humano, não como Deus.

Extraído do Facebook do ATEA;

Nenhum comentário: