quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Uma longa caminhada...

Caramba... Calculei agora, o percurso, em que no ano de 2001, após ter cometido uma loucura, quase que iria cometer outra, como uma espécie de penitência.

Peguei um dia qualquer de setembro, e fui bater na altura do shopping Center Um.

Saí, sem sentido. Sem um rumo certo. Fui bater neste shopping. E não é que vim caminhando, de lá, até a Praça da Estação, em Fortaleza, via Beira-Mar, Praia de Iracema, Centro Dragão do Mar, Mercado Central e Praça da Estação, sozinho, sob um sol quente e usava uma regata que gostava, naquele ano. Sei que fui andando.

Quando cheguei na Praça da Estação, ainda pensei que iria pra casa de ônibus ou de trem. Porém a minha intenção no fundo, seria continuar caminhando até chegar no Antônio Bezerra, via parte da Av. do Imperador, Duque de Caxias, Padre Ibiapina, toda a Av. Bezerra de Menezes, por fim, a Mister Hall até depois do viaduto e chegar na Rua Anário Braga, onde morava.

Mas abortei a ideia, por ser arriscado demais. Tinha 19 anos. Tinha recém abandonado o colégio, porém, devo por um momento, ter sentido falta, não do colégio, mas daquela agitação matinal de tinha, todos os dias. Já tinha cometido parte da loucura, a pé até a Praça da Estação, na rota citada acima e estava prestes a continuar.

Não estava cansado. Porém, já tinha cometido um risco de sair andando pelas ruas de Fortaleza, sozinho, a pé, e "sem rumo" - claro que tinha, o de voltar pra casa - mas estava sem pressa. Na verdade, queria era curtir aquele meu momento caminhando tranquilo.

O trecho que caminhei, chegou aproximadamente à 6,30km, bebendo uma latinha de Coca-Cola. Até chegar no Condomínio Vera Cruz, o total seria de aproximadamente 14km. Se tivesse mantido, no caminho havia redes de supermercado, na qual poderia comprar água pra ir bebendo. Caso cansasse, ônibus não me faltava, pois meu foco era a Av. Bezerra de Menezes com seus 3,40km de extensão. Mas no fundo, pretendia sim, praticamente realizar esta penitência.

E acreditem: não cansei no trecho que caminhei, e não senti o cansaço depois. Parece que estava precisando fazer uma desintoxicação daquelas.

Quando caminhava, não teve como não pensar na minha prima Adriana David, no dia que a castiguei numa longa caminhada da Ponte Metálica até numa parada de ônibus na Pe. Antônio Tomaz.

Hoje, não sei se me arriscaria numa caminhada dessas. Em 2001, estava com 19 anos, recém feito. Tinha mais gás, apesar de nunca fazer educação física e nenhum tipo de preparo. Foi tudo espontâneo. Hoje em dia, lá em Fortaleza, não seria possível refazer isso com tanta tranquilidade. Se naquela época, já era um risco, hoje então...

Não pela minha atual idade, mas pela insegurança que tomou conta da cidade. Também por conta de fatores da natureza, como o sol, mas nada que um bom banho de protetor solar não resolvesse.

Por isso que fico irritado quando alguém reclama que as coisas são longe. Você não tem perna, não, pra utilizá-la? Depois que fiz algumas loucuras de caminhar por longas distâncias, não fiquei mais preocupado com isso.

Minhas pernas estão saudáveis. Eu estou/sou saudável. Sabendo não abusar da sua velocidade, enquanto caminha, tudo certo, até o seu limite.

Lógico que nisso tudo, teve um fator a ser considerado: estava sem nada pra fazer em casa. Decidi sair. E aproveitar que estava fora, andar por aí "sem rumo": lógico que meu rumo, era voltar pra casa, mas sem pressa.

Nos últimos tempos, não tenho mais caminhado no calçadão, ir dá minhas 3 voltinhas em 600 metros, em 1 volta completa ou ir até os arcos da Praça de Eventos da cidade onde moro. Ao contrário de cidade grande, cidade pequena você passa a ser conhecido e reconhecido por estranhos sem perceber, mesmo que não tenhamos nenhum vínculo de amizade.

Porém, gosto de coisas novas, que me inspirem a fazer uma caminhada explorativa. Atualmente, a cidade onde estou, já não me é mais nova. Há quase 8 anos, andando por suas ruas, nada mais me inspira. Daqui pra acolá, uma vez perdida, saio à francesa.

Mas nunca mais cometi uma loucura igual ao que contei no começo deste texto.

Não tenho medo de andar. É com um passo à frente que se chega ao destino.

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