segunda-feira, 30 de julho de 2012

Seu Ezequiel, de "Barriga de Aluguel"

Alguém se lembra do personagem Ezequiel (Leonardo Villar), o pai de Clara (Cláudia Abreu), na novela "Barriga de Aluguel"?

Desde a época original da novela, eu nunca gostei no Seu Ezequiel, por achá-lo chato demais. Mas em 1991, ainda era muito criança para entender a gravidade mental de uma pessoa que é evangélica.

Como a novela está sendo reprisada no Canal Viva, estou podendo rever o personagem, e notar que o evangélico, é chato mesmo, se achando o dono da razão, por achar que ele, por se sentir um servo de Deus, pode manipular a vida de outras pessoas.

Recentemente, Ezequiel descobriu que a filha, Clara, na verdade, era dançarina de uma boate noturna. E como ela não tinha com quem deixar o seu filho, acabou levando-o ao "Café Copacabana" e enquanto Clara se apresentava no palco, seu filho ficava no camarim. Foi um escãndalo quando o pai dela a viu dançando para um monte de pecadores.

Seu Ezequiel, é daqueles fanáticos evangélicos, que vive com a bíblia nas mãos, frequenta igreja, cita muito o nome de um tal de Jeová, além de sempre ficar exaltando a palavra. Um ser intolerante, conservador, seguidor do politicamente correto, seguindo as instruções que a tal bíblia diz.

O ator fez brilhantemente o personagem, a ponto de passar uma certa íra ao telespectador.

Há colocações do personagem, que até concordo. Mas o comportamento de um evangélico, isso não. Sempre os acho muito entrões. E é o que vejo aqui em Pernambuco. Aqui levam religião muito à sério. É muito diferente da manifestação em partes que conheço, do Ceará.

Nem sempre, ser um seguidor do que é policitamente correto, é saudável. Viver sempre fazendo o que é certo, o correto, sem ao menos, ousar em fazer o diferente, o incorreto, o oposto, conhecer o novo, provar a verdadeira liberdade, é provar de sua própria incapacidade de inovar, de se reciclar, de repensar em como a vida pode ser muito diferente, se a pessoa seguir o próprio coração, livre de um determinado fanatismo religioso.

Seu Ezequiel rejeitou sua filha, quando ela, depois que deu a luz, perdeu sangue, passou por uma transfusão, não autorizada por ele, que o deixou escandalizado, afirmando que, transfusão de sangue, era pecado, coisa do demônio, e que preferia era mesmo, ver sua filha morta, pois era a vontade de Deus.

Não sei se na novela, a questão foi aumentada. Não sei se na vida real, realmente, esta passagem, existiu ou se realmente está na bíblia, que que realizar transfusão de sangue, é pecado.

Este personagem, é um exemplo que tiro, de como acho que um evangélico se comporta em sociedade. Eu mesmo, já testemunhei fatos que mais combinavam em uma novela, mas era verdade, e ocorrido numa comemoração religiosa.

Se hoje afirmo, que não curto, não gosto, que não quero saber de religião, tenho os meus e uns bons motivos para não me envolver com isso, e perder meu tempo.

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