domingo, 14 de dezembro de 2008

Cabeça de fã

O que se passa na cabeça de fã, é mesmo uma caixinha de surpresas. Vi uma reportagem o que nós somos capaz de fazer por um ídolo, que em questão é a Madona.

Só porque a artista é um ícone da música internacional, consegue um efeito de juntar várias nações e gerações num único local. É capaz de fazer com que uma pessoa abandone seus afazeres, abandone o seu emprego e viaje até um outro país para, também vê-la. Tem horas que temos que controlar os nossos impulsos com os nossos ídolos, mas coração de fã, sempre bate mais alto. Só que realmente, temos que dar um intervalo nas nossas loucuras, nas viagens, até para descansar o bolso.

Não vou mentir que eu queria sim de estar no show, até porque, Madona, não é a Ivete sangalo, que em todo final de semana, faz shows pelo país. Mas a questão é que não sou igual há muita gente, que está gastando, neste momento, muita grana por conta deste show no Estádio do Maracanã, enquanto poderia muito bem usá-lo para outras necessidades. Só que o dinheiro que cada um ganha, cada um faz o que bem entender, até ir para Argentina, como foi o caso de um entrevistado no Fantástico, ver o show da Madona. Se o investimento valeu a pena, tudo bem. Só espero que depois, não reclamem que o dinheiro que poderia pagar alguma dívida, contas, etc, não esteje disponível quando for precisar, só porque gastou mais de R$: 100,00 num ingresso e ainda levou mais umas 10 pessoas da família.

Mas há diferença entre ser fã de um ídolo, e simplesmente curtir o artista ou as músicas do mesmo. Se a pessoa, realmente for fã, não a barreira que impeça de comparecer aquele evento onde seu ídolo está. Como no meu caso: Onde tem Netinho, eu vou. Mas há momentos que devo freiar isso, pois o dinheiro de gasto com minhas viagens, deixo de comprar outra coisa de mais útil, apesar que mais um show de Netinho, são mais histórias para contar, mais experiências em viagens, mais novos lugares que conheço, além de rever os amigos e quem sabe, fazer novas amizades.

Eu não sei se cosidero o que falei uma crítica, sobre as pessoas gastar o que tem, por idolatrar um artista, principalmente quando este artista se trata de Madona, mas pelo menos, deixo aqui um comentário.

Fazer algumas loucuras por um ídolo, é válido, desde que vista a camisa dele. Mas no caso de Madona, qual fã poderá ter o direito de está mais perto dela, como entrar no camarim, pegar um autógrafo?... No caso dela, realmente se isso acontecer, é um milagre. Mais fácil seria chegar perto de Ivete Sangalo, mas nada é impossível.


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REPORTAGEM DO FANTÁSTICO.


Descubra o que passa na cabeça de um fã
Eles podem fazer loucuras pelo amor ao ídolo.


Como explicar o amor do fã por um ídolo?

Uma multidão lota o Maracanã para o primeiro show de Madonna na etapa brasileira da turnê mundial. É a primeira apresentação no Brasil depois de 15 anos. Mas que experiência é essa? O que será que acontece com essa multidão nessa hora? Para saber isso, vamos tentar explorar a cabeça de um fã.

“Eu vendi carro, saí do meu emprego que eu gostava tanto. Abri mão de n coisas na minha vida, me endividei por gerações. Fui para outro país, enfrentei fila, calor a pico de 40 graus na minha cabeça. Eu lutei contra 60 mil pessoas para chegar e ver ela a dois metros de mim. Esse era meu maior sonho: ver Madonna cantando vogue para mim”, conta o ex-operador de telemarketing Rodrigo Omega.

Essa "aventura" toda aconteceu domingo passado, quando Rodrigo Omega saiu de Porto Alegre para ver seu ídolo de perto. Loucura? Nada que outros fãs de Madonna que passaram o fim de semana na frente do hotel onde ela está hospedada no Rio estranhassem.

“A gente está aqui desde cedo tentando vê-la”, diz um fã.

“Quero estar lá perto, estou tentando vê-la desde cedo”, conta Ilza Miranda, mais uma fã da cantora.

Só Madonna mesmo para mexer com a cabeça de fãs de todas as idades. “Meu nome é Ilza, tenho 50 anos, sou fã da Madonna desde quando ela começou a carreira”, ela diz.

“Eu sou o Wagner, tenho 30 anos e sou fã da Madonna desde os 11”, conta o gerente de vendas Wagner Oliveira.

“Sou o Rodrigo, tenho 26 anos e sou fã da Madonna desde os 7 anos de idade”, diz Rodrigo César, comissário de bordo.

“Meu nome é Daniel, tenho 18 anos, e sou fã da Madonna desde os 13 anos”, diz Daniel, mais um fã.

Mas será que esses fãs todos entendem o que passa na cabeça deles?

“A cabeça assim pára. É totalmente inacreditável, bate aquela coisa, será que ela é real, será que ela não é?”, tenta explicar Rodrigo César.

“Você vai pousar a cabeça no travesseiro, mas só fica pensando no show”, conta Daniel.

“Meus amigos ficam impressionados comigo, como eu consigo ouvir a mesma música mil vezes por dia”, diz Rodrigo.

Se os próprios fãs não conseguem explicar o que acontece com eles, vamos pedir ajuda de quem entende do assunto: a neurocientista Suzana Herculano-Houzel.

“O cérebro de um fã que se encontra na frente do seu ídolo responde com muita excitação, com muita empolgação, é uma ativação enorme do sistema de recompensa, que é o que sinaliza para o resto do cérebro que você está na frente de uma pessoa que você admira, com quem você se identifica, que o seu cérebro acha importante. Isso é uma sensação de euforia enorme, que dura um bocado e que, inclusive, faz com que a gente se empenhe, se motive em fazer o que for necessário para conseguir ver aquela pessoa de novo”, explica a neurocientista.

Para explicar a idolatria por Madonna, fomos pedir também ajuda à psicanálise.

“Elas vão colocar esse objeto da paixão como o próprio eu, então é um amor extremamente avassalador, narcísico, triunfante e ali se pode tudo. É tudo, para além de qualquer limite de realidade”, aponta o psicanalista Luís Alberto Helsinger.

Limite esse que, muitas vezes, fica meio confuso. Especialmente quando o fã consegue chegar perto do ídolo – como o Rodrigo num show de Madonna em Nova York.

“De repente ela vai na mão do pessoal e encostou na minha mão. Assumo que deu vontade de ficar uma semana sem lavar a mão”, conta Rodrigo César.

Ou o Rodrigo, domingo passado, em Buenos Aires: “Eu chorei do início ao fim do show. Eu gritava e pulava muito alto, desesperadamente, que ela chegou a perceber e ela olhou para mim fixamente e sorriu”.

“Essa não reciprocidade, porque, por exemplo, ele vê, mas às vezes não é visto. Mas ele está ali”, aponta o psicanalista.

É uma massa de súditos...

“Súditos felizes porque eles viram assim, isso é muito importante, porque eles viram autômatos momentaneamente sem vontade, mas essa é a vontade da obediência, de se diluir, de que aquele objeto da paixão seja apenas o máximo, tome o poder de rei e rainha”, ele complementa.

Ou até mais que isso...

“Eu uso a Madonna como filosofia de vida, a Madonna para mim é uma religião”, afirma o fã Rodrigo.


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