segunda-feira, 7 de junho de 2010

Infeliz no meu casulo

Posso ter tudo, ou quase tudo. Posso até ter tido uma vida de príncipe, mas sem castelos ou palácios para me abrigar e carruagens para me locomover. Posso ter tido tudo, ou pelo menos, um resumo do que sonhava. Mas me pergunto sempre: Será que sou realmente feliz? Posso ser alegre, mas feliz?! Confesso-te que não.

Não sou uma pessoa feliz, se não tenho o calor do seu abraço, se não vejo, com frequência o seu sincero sorriso, se não escuto a sua voz e a sua respiração próximo ao meu ouvido. Do que me adianta esta minha vida de filhinho mimado? Ser sempre um ser solitário?! Trancafiado com os meus sentimentos, até os mais obscuros, sem poder ter um ombro amigo para compartilhá-lo?!

Este momento que estou passando, já os tive outras 3 vezes, que por coincididamente, acontece de 5 em 5 anos: 1995, 2000, 2005 e agora em 2010. Não sei se terei tempo para outros 5 anos, porque agora, a pressa de fazer as coisas, bate à porta. Até mesmo para amar. Por mais largado que possa me encontrar, tenho pressa de me reencontrar em tudo que perdi em 9 anos, por um erro que tive que cometer, pra poder sentir na pele.

Sentir na pele o que é o verdadeiro sentimento de arrependimento. Pros outros, podem pensar que estou falando coisas sem nexos. Bom, pode até ser, pros outros. Pra mim, não. Mas há 9 anos atrás, eu mandei o mundo de lascar, a minha vida, se lascar e me entregar as sortes do destino. Me enclausurei no meu casulo. Me fechei pro mundo. Me calei de tudo. E deixei a vida seguir seu rumo.

E quase 1 década depois, a idade subiu. O tempo passou. Minha casa mudou. Tudo ao meu redor mudou. Menos eu, que parei no tempo. Pareço que estou com meus 18, 19 anos. Parece que ainda estou naquela fase estafada que me encontrava nos meus tempos de colégio. O mundo mudou. Só eu que ainda estou trancafiado dentro de mim, pra tudo: até no amor. Ou o amor se estafou de mim e se afastou?

Seja lá o que for e o que estiver passando agora por esta cabeça confusa, levemente já sofrida com algumas experiências, espero que muito em breve, este meu casulo se rompa, e liberte uma linda borboleta, para alçar o voo mais alto que puder conseguir. Já desejei alçar voos mais alto da vida. Mas o que me adianta está no topo do mundo, se não tem o ar pra respirar?

Não quero mais o sucesso do Everest. Me contento com as Serras do Maracanaú, onde eu posso chegar no topo, e ter o prazer ainda de respirar. Mas só que infelizmente, tenho pressa em repor todo o meu tempo perdido, mas que no fundo, foi mais uma experiência para quando eu estiver no meio de um turbilhão de trabalho, me recordar que antes o excesso de trabalho, do quê o excesso de não fazer nada.

Já tenho créditos de férias. Então, preguiça não terá vez quando estive ativo, porque ficar parado, sem fazer nada na vida, somente em casa, chorando até por um amor que você sabe se tem retorno, mas não pode assumir, é o pior dos castigos. Tem muita gente que reclama de tudo e ainda acha pouco, mesmo tendo tudo que consegue conquistar, enquanto muitos vivem apertados, até pra comprar um par de chinelos velhos.

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