sábado, 19 de junho de 2010

Latidos malucos

Ouvi agora a pouco, uns latidos de cachorros vindo da Rua das Tamarinas, que passa por trás daqui de casa. E toda vez que escuto latidos de cachorrada, me lembro de um indivíduo com problemas mentais, que diariamente passava pela AV. Mendel Steinbrusch, lá no Maracanaú.

Tinha medo desta pessoa. Quantas vezes fui acordado com seus gritos, debaixo da minha janela? Muitas. Mas o que me chamava atenção nos seus gritos, era a forma de como ele gritava: parecia latidos de cachorros brigando. E quem não tinha conhecimento do assunto, achava que era sim, um bando de cachorro brigando na rua, como logo no começo, achava que se tratava de uma simples briga entre cães. Mas não era.

E sempre que ouço latidos de cachorros brigando, me lembro daqueles latidos malucos que era agonizante de se ouvir. E se não bastasse "latir", o tal ainda fazia o favor de cabecear fortemente as paredes de onde ele estivesse parado.

Nem sei mais se o tal ainda está vivo. Se sim ou não, espero que o espírito que empregnou-se em seu corpo, encontre o seu verdaeiro caminho e liberte-se dos corpos que não lhe pertence, e livre as almas dos inocentes.

E quem o visse, com certeza percebía-se que era só um corpo ambulante, porque não se via vida alí. Só um corpo caminhando para os lados. E se alguém cruzasse com ele, o fulano dava 3 pulinhos e seguia a caminhada.

Toda vez que estou sozinho em casa, e tocam à campainha, tenho um receio de quem está do lado de fora, possa ser alguém que possa ter os mesmos sintomas. Mas já atendi à fulanos com certo comportamento suspeito à esquizofrênia.

Não sei porque, mesmo que não demonstre sua loucura, percebo quando se tem problemas psicológicos: eles exalam um cheiro estranho, azedo, tipo assim, me lembra levemente o odor de um vômito. Tanto que até me dá vontade, quando cruzo com algum.

E além disso, eu mesmo tenho muito medo de chegar neste ponto de precisar de um acompanhamento específico de um psiquiatra, afinal, pra mim, quando alguém chega neste ponto, já o considero como "morta", só que com vida. O corpo vive, mas a mente, não.

E muitas dessas coisas não acontecem porque queremos. São as outras pessoas que nos fazem enloquecer. Só que algumas dessas pessoas, acabam por desenvolver certos comportamentos estranhos para ser considerado normal do que outras, que nada lhes abalam.

Portanto, muito cuidado com quem está ao seu redor - ao nosso redor. Por mais que sejam nossos conhecidos, não os conhecemos ao fundo. Não sabemos como será a reação do fulano, caso se encontre numa situação muito difícil. E são nessas situações que as pessoas mudam de comportamento. Outras até piram e nunca mais voltam ao seu estado normal.

Os traumas da vida podem nos enlouquecer.

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