segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O perto longe de perto ao longe

"O BRASIL É GRANDE. A GENTE RECLAMA QUE A ESQUINA É LONGE, MAS LONGE MESMO, É O FIM QUE NUNCA CHEGA"



Escrevi esta frase, sem intenção alguma de "poetizar", no chat, lá no site da ALLTV. Os apresentadores adoraram.

O que é o longe pra você? É aquele trecho que você tem que andar por um ou 2 km, a pé ou ter que enfrentar uma viagem de mais de 3 mil quilômetros?

Bom, depende do momento e do ponto de vista de cada pessoa. Mas reclamar por ter que andar uns 2 km, pra mim, é preguiça. Isso, excluem-se de pessoas com alguma deficiência física.

Uma coisa que eu detesto, é companhia de pessoas que reclamem por qualquer coisa, principalmente, de andar, que é um ótimo exercício para o corpo. Nem mesmo, depois de andar quilometros atrás de um trio elétrico, me desânima, apesar dos pés estarem doendo e inchados dentro de um sapato.

Me lembro do dia de um show, aqui em Carpina. Saímos daqui de casa, praticamente na hora marcada para o início do show, que só começou mesmo, lá pelas 23h. Como nesta hora, não passava nenhuma condução - lógico, pela hora, nem poderia - e o local era uns 3 km, em linha reta, o jeito foi ir a pé. E esta distância, é particamente, um percurso para um show em trio elétrico, em um evento de grande porte, como o Fortal.

Naquele dia, o que ouvi de reclamações, me deixou entristecido. Na boa, apesar dos escuros e caranguejeiras no caminho, me deu uma vontade de dar uma disparada nos passos. Não fiz isso, pois estava com minha mãe, e ela, mesmo com bacia trincada devido ao seu acidente em 1993, foi ao show, andando.

Eu, ao final do show, voltaria andando. Mas como já era madrugada e os mesmos escuros, por segurança, o jeito foi pegar um táxi.

Mas o mesmo não aconteceu, no dia 27 de setembro: Após o término da gravação do DVD, lá em Aracaju, voltei sozinho ao "meu" hotel, achando que a avenida estaria com seus bares abertos como na noite anterior. E pra minha surpresa, tudo fechado. Nem por isso parei táxi, mesmo com meus pés inchados, pisoteados, depois de umas 8 horas em pé, tendo que aguentar algumas pessoas "malas" desconhecidas e conhecidas na platéia.



Sou muito andarilho. Quando viajo, gosto muito de caminhar, conhecer o lugar onde estou, que de carro, não dá pra ver nada direito. Lembro das minhas caminhadas lá em Jericoacoara, Praia das Fontes. Já caminhei do Shopping Centre Um até o Iguatemi, a pé. Das mesma forma e do mesmo shopping, até a praça da estação, no centro de Fortaleza. Nem por isso, botei na cabeça que iria ser assaltado, apesar de ter passado por lugares que tem fama, lá em Fortaleza, como aquela ponte do Cocó, próximo ao Iguatemi; como lá naquela área da Praia de Iracema, próximo à Ponte Metálica.

Morava no Antonio Bezerra e estudava na Aldeota. Tinha reforço no Papicu - este é o nome do bairro. Houve uma vez, fazendo recuperação em 2000, que sai do colégio, fui até o local do reforço, e dei viagem perdida. Me pediram pra voltar de tarde, e novamente, a 2ª viagem perdida. Sabe o que é você está num lugar, vai para o outro lado da cidade, retornar e ainda dá uma viagem perdida, só pra ficar passeando de ônibus pra lá e pra cá? Eu andei muito. E pra economizar a passagem e ônibus lotado, muitas vezes, a pé.




Sabe, vejo gente reclamando que ir até a esquina da rua onde mora é longe. Mas longe mesmo é você sair de casa e perceber que o lugar onde moras, não é pequeno o quanto pensas. Se quiserers vencer na vida, o mundo é grande e o seu desejo mora longe. Então, deem os primeiros passos seguidos de outros passos.

Não faço comentários negativos porque Aracaju é longe de Recife, pois Fortaleza, é muito mais. Nem por isso, vou de avião e na melhor companhia aérea. O importante é chegar ao meu destino. Caso contrário, fico em casa se for pra reclamar. Tem gente que reclama sem saber o motivo que está reclamando.

O mundo, não é só o jardim e o quital da minha casa. Temos que conhecer outros jardins, pois quem sabe, não encontramos uma nova espécie de flor para fazer parte da minha flora. Para se conquistar o auge, temos que andar muito e quanto mais distante, melhor e mais conhecimentos. De tantas caminhadas, idas e vindas, tudo que é longe, se torna perto. É questão de costume e boa vontade.

É muito melhor enfrentar um longe de perto, do que o perto ficar cada vez mais longe.

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