terça-feira, 10 de novembro de 2009

Somos Diferentes

Você tem mania de falar o que pensa pra alguém, assim de sopetão?

Bom, tem muita gente que faz isso mesmo: fala o que pensa sem pestanejar.

Apesar que a pessoa merece ouvir tais palavras, mesmo que magoe-a, é sempre bom pensar muito no que vai falar.

Motivo que estou falando assim: hoje em dia, por mais que possamos conhecer muito bem as pessoas ao nosso redor, temos que sempre ficar em alerta, mesmo tendo um convívio de anos. A gente não sabe em quem confiar 100%. Uma hora, está tudo em família, mas um deslize qualquer, pode comprometer muitas coisas.

Em amigos, até mesmo em família, a gente comenta muito sobre nós, o que é um erro que cometemos em nos abrir. Mas no começo, temos que dá um voto de confiança praquela pessoa.

O que me chama mais atenção num grupo, é quando começam a sair brincadeiras com teor irônico. Nisso, já fico em alerta com aquele fulano. E se sempre reincidir, aí vou analisar os motivos por tal comportamento, pra ir providênciando um breve discurso.

Pra não cometer injustiças com alguém, mesmo que este alguém mereceça uns "sacodes" daqueles.

Vejo pessoas que criticam algo, sem ao menos parar pra observar os fatos. E talvez, nem sabem o porque estão criticando, mas estão fazendo.



Me lembro um vez, em 1992, quando cursava a 3ª série, estava na parada de ônibus e uma mãe de um colega de sala, chamado Rui, e que morava no Bairro Presidente Kennedy, lá em Fortaleza, soltou os cachorros pra cima de mim.

O motivo que o filho dela fez: "Me criticou dedurando para a professora, achando que eu estava fazendo gesto obsceno - cotoco - para um outro colega, o que na verdade, o que este outro colega, o Carlos Eduardo - acho que o nome do cara era esse - havia me perguntado foi: "Qual o número da chamada eu queria ser?"

Eu não o respondi falando, mais fiz no gestual com a mão, indicando com o dedo fazendo o sinal de nº 1. E o dedo que usamos para indicar o número 1, qual é? O indicador, o segundo dedo de uma das duas mãos. Já o do "cotoco", é o 3º dedo.

E mesmo que qualquer pessoa mereça um gesto desses, eu não faço, pois acho isso comportamento de gente sem educação. Sempre que me faz isso, tenho vontade de torcer a mão da pessoa.

A partir daquele dia, nunca mais falei com Rui, e depois que mudei de sede do Colégio 7 de Setembro, nunca mais o vi na vida. Minha mãe testemunhou todo aquele episódio, pois sempre pegávamos o mesmo ônibus, na mesma parada e indo praticamente para o mesmo destino.

Todo dia eu conversava com aquele menino. Só por causa disso, passei a ignorá-lo. Me lembro que ninguém quis me dá ouvidos. Nunca me esqueço daquilo.

Porque a mãe não ouviu a minha versão e já foi me chamado de "fofoqueiro" e o escambal? Fofoqueiro foi o filho dela. Só porque eu tinha 10 anos naquela época, criança ainda?!

Se hoje, voltasse a me encontrar com aqueles dois, eu não iria descansar enquanto não devolvesse à eles, aquela humilhação que passei.

Desde este dia, sempre que alguém comete injustiças comigo, me lembro daquele fato.



E para não me comparar como a mãe deste Rui, sempre que percebo que alguém fica indiferente comigo, ignorando minha presença onde estiver, eu não vou sair por aí soltando farpas, mesmo que a pessoa mereça ser desmascarada. Quero saber o motivo, pra ver se me convenço do meu próprio erro e reconhecer quem está certo e quem está errado.

É por isso que no caso desta menina do vestido curto da universidade, me chamou atenção. Tá certo que ela cometeu um erro, mas o erro dela, não foi tão grande quanto foram os erros cometidos pela baderna dos alunos, como até a própria expulsão da mesma da instituição, sendo que depois, voltaram atrás.



Por exemplo, minha mãe tem disso, de falar na cara, quando não gosta do que viu ou ouviu, mais principalmente, como a pessoa agiu comigo.

Uma vez, a gente estava passeando por Olinda, e ela viu uma garota com panos bordados. Ela dizia para quem visse, que foi costurado à mão, mas minha mãe insistia que a costura foi feita em máquina, por ela ser costureira e conhecer as diferenças entre uma costura e outra.

Mas se a vendedora estava fazendo propaganda enganosa, ela que arque com as consequências. Viu e não gostou, faça de conta de não viu e procure o produto que lhe agrade e deixe o turista do lado admirar a arte bordada na toalha.

Eu não gosto de confusão. Sempre saio de perto quando percebo que está formando-se um. E quando tem pai e mãe por perto com outra pessoa, o bicho pega, pois eu posso ficar conhecido como "o filho daquele casal".



Quando eu gosto de alguém, sou capaz de defendê-lo, da acusação que for. Mas quando sinto que este alguém está à me ignorar, acabo deixando-o(a) se virar com seus problemas, mesmo sabendo que é inocente daquilo que lhe acusam. E mesmo quando percebo que tem gente me ignorando, não vou fazer papel de sonso e perguntar o motivo olhando nos seus olhos, dentro de uma conversa. Não quer mais falar, não fala, mas não me peça ajuda quando mais precisar.

Não sou de chegar e falar de sopetão. Vou com calma, como quem não quer nada, conversando outros assuntos até entrar no assunto que quero falar com ele. É porque acho que tendo esta "conversa", ele pode soltar algum assunto que me faça entender o seu comportamento.



Entendi que somos diferentes. Cada um com seu jeito, com seu temperamento, com seus pensamentos. Ninguém é obrigado à ser igual ao seus pais, seus parentes, seus amigos, ao seu amor. Mas que temos que ter sempre o mesmo jogo de cintura quando se está com outra pessoa que fala pelos cotovelos, temos que manter a calma. Deixe ela fazer o showzinho, que uma hora, cansa.

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