sexta-feira, 2 de julho de 2010

Visitar e não ser visitado porque mora longe.

Você já se chateou com algum amigo, que sempre vive te dando desculpas de alguma coisa, pra não aceitar um convite seu?

Há momentos que realmente, não dá para executar de imediato o convite, mas quando há uma folga, comparece. Mas há momentos que o amigo fica livre pra tudo, mas mesmo assim, sempre fica na desculpa de que tem isso, aquilo, sempre procurando impecílios para "fugir" daquele convite.

Eu mesmo, já tenho várias pessoas convidadas pra vir à minha casa, por exemplo. Algumas já vieram. Outras ainda estão pra vir. Mas sempre quem a gente mais sonha em ver na nossa casa, é aquela que nunca comparece.

E é isso que vai acontecer com esta pessoa. Como já havia me convidado à visitar sua casa, um dia acabei indo. Demorou uns 10 meses, mas o dia chegou. E eu percebi a sua reação aliviada de que eu estava alí, em sua casa.

Agora, é a hora da retribuição. Não sei como será e o que acontecerá neste mês, mas espero que esta pessoa venha à minha casa, sozinho ou acompanhado. Não importa, porque já visitei à casa de ambos.

Mas caso não aconteça, infelizmente terei que sumir um pouco deles, por mais que seja difícil pra mim, tomar tal decisão.

Já aconteceu de muitas pessoas me fazerem esta desfeita, mas uma me chamou mais atenção, aconteceu em 2001.

Era o último dia de provas de junho, no ano 2000. Havia um colega da minha sala que pegava o mesmo ônibus comigo. Só que ele descia na AV. Júlio Ventura, e eu, somente no ponto final.

Tanto que estávamos tão juntos, que o trocador do ônibus perguntou se a passagem de nós dois eram juntas, como se fôssemos irmãos. Nada, era só um colega de sala de aula, mas que queria ter uma amizade fora daquilo. Mas isso não vingou. Aliás, este colega nunca soube de algo que ainda guardo comigo sobre ele.

Naquele dia 27 de junho de 2000, me lembro que lhe fiz um convite:

- Vai lá na minha casa...

E ele me respondeu que eu morava muito longe.

Eu fiz um convite tão empolgado, e quando ouvi a resposta, me doeu. Nunca podia receber os meus amigos do colégio, porque morava longe. Aquilo pra mim, e até hoje, me machuca.

Convido um amigo. Mas ele sempre dá uma desculpa de: "É vamos ver aí..", com aquele tom de "Tu mora longe pra caramba...". E por aí vai.

Em 2001, aconteceu de eu parar de estudar. Desisiti, cansei, entreguei-me ao cansaço psicológico. Fracassei. E com a minha saída do colégio, no penúltimo dia de agosto, sabía que agora ficaria mais difícil de ver aquele mesmo colega.

Com o tempo, em 2002, uma vez por mês ia visitar aqueles meus ex-colegas, mas com o intuito de ir vê-lo específicamente. E numa dessas visitas, o seu carro apresentou um problema. Foi quando ele falou pra mim, que esteve no condomínio onde eu morava.

- Mas como foste parar logo lá? - Ele tinha um amigo que morava lá também.

E a informação mais grave, é que ele estava morando no Tabapuá, ou seja, alguns km depois da minha casa. E ele já estava morando por lá, quando eu ainda estava estudando, e ele nunca me falou sobre isso, porque se tivesse, talvez nunca teria tomado aquela decisão tão radical da minha vida.

E após ter ficado sabendo que ele morava no Tabapuá, que fica em Caucaia, naquele dia, após me despedir do cara, parece que entrei num estado de transe. Não sei o que foi que senti. Me deu uma vontade de chorar, de rir, de sair dalí bem chateado de não ter me dito antes e ao mesmo tempo, com uma sensção de vingança, pois o destino o colocou muito mais longe que eu, do colégio.

Fiquei tão transtornado com a informação recebida do Egídio, que acho que o acaso do destino me salvou de um monte de perigos, pois eu fiquei realmente em transe. Tão em transe que me atrapalhei na hora de pagar a passagem do 2º ônibus. E tão em transe após saber que ele estava morando perto de mim, e eu fui embora da região, que nem sei como foi que consegui chegar em casa. Foi como se tivesses levado dois tapões na cara, com direito à nocaute.

E engraçado que isso aconteceu como tinha previsto. Depois que descobri que este colega me chamava uma certa atenção, o meu medo era que ele saísse do colégio. e se saísse, também pediria a conta.

Foi por causa dele, que adiei o que fiz. Parar de estudar, eu ameacei fazer em 2000, mas só aconteceu em 2001. E foi depois daquele dia, que dentro daquele ônibus, ao fazer o convite para ir vistiar a minha casa, e ouvir ele falar que não ia, porque morava longe, fiquei com uma coisa na cabeça: De parar de estudar e pouco tempo depois, descobrir que ele foi morar perto de mim.

E a minha previsão, se realizou. Só eu sei o que senti por ele, e o que imaginava fazer com ele. Até hoje quando me lembro deste episódio, eu fico emocionado.

Só que teve um dia que decidi lhe fazer uma surpresa. Como tinha o número do seu telefone, minha mãe ligou pra atual casa dele, como quem não queria nada: ligação errada, só pra pegar o endereço. Foi o meu "plano de vingança".

- Ah é, pois agora você me conhecerá melhor... Você me disse que nunca iria me fazer uma visita à minha casa, uma vez que eu morava longe e acabaste indo morar mais perto de mim, alguns poucos quilômetros depois da minha casa. Agora, eu estando mais longe - de novo - vou aparecer de surpresa na sua casa. Quero ver se da minha parte, eu não faço.

Chegamos à morarmos quase perto um do outro, e eu nunca soube, até o dia que me contara.

E foi o que fiz. Peguei uma tarde e fui atrás do seu novo endereço no Tabapuá. Saí do Maracanaú, com meu pai, e no lá conjunto, me deparo com uma casa de esquina, de 2 andares. E fiquei aguardando ele chegar do colégio. quando ele me viu, ficou sem reação, afinal, peguei-lhe na surpresa. Morava com sua tia. Na verdade, nunca soube nada da sua vida, na intimidade. Só ficou mesmo aquilo de coleguinhas de sala de aula.



Vou colocar aqui, 3 mapas de Fortaleza para se terem uma idéia:

Da sua antiga rua, a José Vilar, na Aldeota até a minha, a Anário Braga, no Antônio Bezerra, são 10,4km, indo pela AV. Bezerra de Menezes.
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Agora o trajeto, após este meu colega ter se mudado para o Tabapuá.

Da rua Anário Braga para à sua rua, nos anos de 2001, 2002, etc., são simplesmente uns 3,3km. Somente 3 km nos separavam, e eu não fiquei sabendo à tempo. Como falei, sempre me emociono quando me lembro desta história, porque muita coisa poderia ter sido diferente em minha vida.
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Agora o percurso que fiz, na tarde que fui lhe fazer uma visita surpresa, pra me vingar aquele dia que eu ouvi dizer que não daria pra me vistia, porque eu morava longe.

Da AV. Mendel Steinbruch (Rua Bandeirantes, Jardim Bandeirante, Pajuçara), em Maracanaú, até a mesma rua no Tabapuá, já é mais longe. São 23,3km, 20km a mais de onde eu morava anteriormente. Mas mesmo assim, fiz questão de "me perder" no Conjunto Tabapuá, até para lhe surpreender. E consegui fazer o feito.
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E agora, em 2010, está acontecendo algo similar. Desta vez não tem colégio como cenário. Mas novamente, a distância entre eu e a pessoa, é que sempre está presente.

Passei alguns meses recebendo um convite de um amigo para visitar a sua casa. E como eu moro longe, fica sempre difícil fazermos uma social numa noite qualquer. Este dia chegou. Mas antes, comecei à visitá-lo no seu trabalho. Mas lá não se pode ficar conversando como se estivéssemos num bar, e aquilo já estava me incomodando. Então, decidi fazer-lhe uma visita à sua casa, que depois, rendeu mais duas. Neste caso, fiz o inverso.

Sempre que era convidado, me lembrava da passagem que relatei acima.

- Bom, não vou fazer o mesmo com alguém, o que já fizeram comigo. Não vou estragar o desejo deste amigo, como o meu desejo foi destruído.

Agora estamos em julho, e ele vai entrar de férias, junto com a sua noiva, que também já recebeu uma visita nossa em sua residência.

Que issso não seja interpretado como uma espécie de cobrança. Só estou comparando duas situações com o mesmo tema: Visitar e não ser visitado porque mora longe.

Você visitar um amigo, e o mesmo não te visitar, dá uma sensação de frustração, que até pode desestabilizar uma amizade.

Tenho amigos que já veio duas vezes aqui em casa, mas ainda não o visitei a dele.

Mas se em julho, não tiver um final de semana que seja pra vir aqui em casa, pode ter certeza que, desta decisão vai me doer muito, mas vou ficar muito chateado logo com quem não quero nunca ficar.

Há 3 semanas, deveria ter encontrado-o depois o nsso último encontro.

Primeiramente, num show de Netinho que seria alí próximo a sua casa, o que acabou sendo adiado, pra no fim, não ter vingado, por conta das chuvas daquela semana. Segundo, foi porque esquecera do seu guarda-chuva de dentro do nosso carro: um bom motivo para ir revê-lo, que seria no aniversário da sua noiva. Mas devido as chuvas que não paravam, nem saímos de casa, com excessão do show de Netinho, naquela semana.

E ficamos ainda sem poder sair de casa, por conta ainda das inundações na cidade de Recife, e das cheias dos rios que poderiam levar pontes. Temos que descer para Recife, pra poder devolver o seu guarda-chuva.

Mas quando eu achava que nesta semana, daria certo, lá vem Netinho com uma série de shows, durante a semana. Das 4 noites, estive em 3, sem condições de ir até Recife.

Agora, só resta mesmo ir à sua casa, durante suas férias, porque no seu trabalho, durante este mês, não dará.

Mas quero só ver é depois de julho. Agora é a hora da verdade. Vou ficar só no aguardo. E se ele não vier, tão cedo não irá me ver.

Agora, neste momento atual, a distância que nos separam é de somente 53,4km. Somente 1h de viagem de carro. E eu já fiz este percurso 3 vezes.
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Agora só falta receber uma vista.

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